Guia para o Retiro Online -- Semana 13  


Deus prepara o Caminho

Guia: A Promessa
semana 11

As primeiras páginas do álbum de fotografias de Jesus mostram-nos a paciência e fidelidade de Deus para nos enviar Jesus. Vemos a foto de Deus chamandoAbraão e Sara para deixar a sua terra e começar uma nova jornada. Nascem Isaac e Jacob/Israel. O álbum, página após página, mostra-nos fotos da longa escravidão no Egito, o nascimento e a vida de Moisés, o Êxodo e libertação, os quarenta anos sem destino no deserto e os primeiros anos na Terra Prometida. De nômades do deserto ao povo da aliança: vós sereis meu povo e eu o vosso Deus.

 

Deus enviou juízes para decidirem sobre questões entre o povo e depois nomeou reis para regê-los e profetas para protestar contra eles e os reis corruptos. Como em qualquer álbum de família, ficamos intrigados e, por vezes, chocados ao vermos a incrível infidelidade do povo, a divisão da nação e o declínio no cativeiro da Babilônia. Depois, temos a reconstrução do templo e os anos finais de ocupação e paz relativa que veio com a ocupação romana.

 

Há um sentimento de Advento para esta semana de retiro. O crescente desejo de conhecer, amar e estar com Jesus, leva-nos aos anos de expectativa. À promessa de uma terra, de um rei, de um reino sem fim. Os profetas falam do que acontecerá quando “o dia do Senhor” chegar. Tudo isto fala-nos tanto da missão de Jesus! Ajudar-nos-á a entender as expectativas confusas que vai enfrentar, a rejeição, a maneira paradoxal de cumprir as promessas.

 

Esta semana deixemos nossos corações e mentes escutar a história que preparou o caminho para Jesus entrar no nosso mundo e nossas vidas. Como amantes, queremos conhecer tudo sobre Jesus. Ao olharmos as primeiras fotografias, talvez apreciemos, como nunca, a fidelidade de Deus e a enorme missão para a qual Jesus nasceu. 

 

Durante todos os momentos de “pano de fundo” esta semana, refletiremos sobre o que quer que nos venha ao coração. Como aumentou o nosso entendimento sobre o Senhor? Como está crescendo o nosso amor? O que somos levados a dizer a quem nos está mostrando seu incrível álbum de fotografias?    

Ajuda Prática para Começarmos Esta Semana  

A importância do nosso passado – quem somos nós -- tem-nos sensibilizado nestes últimos tempos. Muitos fatores moldaram-nos no que somos hoje, mas a influência dos nossos ancestrais é muito importante. Esta semana, entramos em contacto com os ancestrais de Jesus.

 

Não é um exercício intelectual. Não temos de ser especialistas nas Escrituras Sagradas para prosseguirmos com o retiro. É muito simples. E o nosso desejo é bem claro. Jesus nos ama e queremos conhecê-lo na sua completude. Passaremos um bom número de semanas adiante lendo os Evangelhos para ficarmos mais perto de Jesus nas histórias do que ele fez na Terra. Esta semana dar-nos-á o prazer de conhecê-lo melhor e observar o contexto onde ele viveu.

     

Ao longo da semana – em todos os momentos do passado – é importante lembrar que os ancestrais de Jesus eram judeus.  A maneira de Jesus pensar sobre si próprio, de pensar sobre Deus, as imagens do inconsciente e a cultura que lhe moldou a identidade estavam mergulhadas na tradição hebraica.

 

O senso de realidade de Jesus moldava-se pela idéia de Deus a chamar Abraão da terra onde nasceu para a Terra Prometida. A confiança de Jesus em Deus amparava-se na memória de um Deus fiel ás suas promessas. A idade de Sara não era um obstáculo. O exército do Faraó pouco importava. O templo podia ser destruído, porque Deus construiria outro novamente. Quando quero realmente conhecer Jesus, é necessário conhecer a tradição de fé que lhe deu tal confiança na sua missão.   

 

É mais importante pensar sobre o que realmente já sabemos acerca da tradição judaica do que partirmos para muitas leituras.  Podemos reler as histórias do Antigo Testamento pode ajudar-nos a relembrar e colorir a memória.

 

Talvez esta semana, ao caminhar ou ao volante do meu carro, de um lugar para o outro, quem sabe, frustrado (a), zangado (a) solitário (a) possa voltar-me para Jesus e perguntar: “Como o teu background te preparou para situações como esta, meu Jesus?” As respostas serão as graças que vão nos unir esta semana. O diálogo interior entre a história de Jesus e a minha história ajudar-me-á a conhecê-lo, amá-lo cada vez mais, e sentir-me tocado (a) mais profundamente para estar com ele na sua missão.

 

Usemos os outros recursos desta semana. Sejamos fieis ao modo de refletir sobre o tema desta semana, desde o calçar os chinelos pela manhã. Perto de terminar o dia, reservemos alguns momentos para expressar a nossa gratidão. Lembremo-nos de partilhar qualquer graça recebida com outras pessoas que fazem o retiro. 


Para a Caminhada

 

As estações mudam. O globo vai daqui para acolá, rodando, num relacionamento de ir e vir de acordo com suas fontes de energia e vida.

 

Como família humana, temos tido um relacionamento de aproximação-distanciamento com a nossa fonte de luz e vida. Às vezes, em certos momentos da nossa história humana, quisemos Deus muito perto para nos proteger, acalentar e ajudar. Outras vezes lutamos pela nossa independência coletiva e direção própria, longe do Poder confinante.

Isaías humildemente clamava: “Há muito que somos um povo sobre o qual não exerces o teu domínio. Não mais invocamos o Teu nome” (Isaías 63:19).

 

Esta semana convidam-nos, simplesmente, a sentir saudades. Em um mundo frio desejando calor e luz. Juntamo-nos à dor antiga de Israel pelo amor de Deus e clemente companheirismo. Unimo-nos a todos os homens que lutaram para serem bons e rederam-se à abençoada realidade de serem filhos de um Deus que pode ser chamado de outros nomes, mas permanece fiel a quem procurou.

 

Esta semana a nossa prece pode ser influenciada pelas oportunidades que a vida nos dá – ante um semáforo, ao balcão do aeroporto, à espera de pessoas especiais que voltam em breve. Há lugares vazios em nossos corações e em nossas vidas. Rezemos com eles, e fiquemos com eles, sem deixá-los transbordar para que a nossa prece não se vá. Estamos aprendendo a sofrer com o mundo e sua antiga saudade pelo retorno e unidade com o seu amado Criador. Deve haver lugar na nossa cabana e uma saudade nos nossos corações se este Advento não for uma frenética decepção. Ouçamos o suspiro antigo, “Quanto tempo, oh Senhor.” Ouçamos o nosso suspiro, “Vem, Senhor Jesus.” Como o sol se distancia da terra cada dia, juntamo-nos à terra neste mistério da luz em meio à escuridão.

Com estas palavras ou similares

Meu Jesus,

Que semana diferente! Nunca havia pensado no Antigo Testamento como a tua própria história de família, mas são as histórias de todas as pessoas que vieram antes de ti, que tiveram uma influência tão grande na tua vida. Quando comecei este retiro, mostrei-te o álbum de fotografias da minha vida, os altos e baixos, e vi que tu estavas sempre lá comigo. Agora, ao sentir-me cada vez mais perto de ti, quero ver a tua história, tuas histórias. Tu és alguém que eu amo e quero ouvir as estórias que te moldaram. 

 

Há tanta expectativa nestas histórias. O teu povo esperou por ti, pacientemente ou não, durante séculos. Queriam um rei! Um rei para governar e salvá-los. Mas tu foste um rei tão diferente! Esperavam brilho e glamour e tu mostraste-lhes pobreza e serviço.  

 

Sentiste, percebeste a frustração do teu povo?  Sabias, muito bem, as histórias que por lá circulavam sobre o rei que viria. Foi duro para ti ser tão diferente das expectativas? Sei que é humano querer agradar os outros. Lutaste, de certo modo, com o que eras, com o que querias ensinar-lhes?   

 

Oh, meu Jesus, agradeço-te muito por amares a todos nós, por me amares tanto que escolheste viver na terra. Imagino as dificuldades para levar a cabo a tua mensagem em meio a pessoas que, de certa forma, sentiam-se frustradas. Que tipo de rei eras tu? Não eras o que o povo fora persuadido a esperar. Mas tu foste fiel à tua mensagem. 

 

Obrigada por nos contares as tuas histórias. Imploro-te, fica comigo esta semana porque eu carrego certa percepção da tua história comigo, daquelas maravilhosas e vívidas histórias do Velho Testamento ao vê-las como a história da espera por ti, de cumprires a promessa que nos fizeste. Meu querido amigo, agradeço-te por ficares comigo, mesmo ao decepcionar-te, mesmo quando não sou tudo aquilo para o qual fui criado. Agradeço-te pela total fidelidade e amor por mim.

Leituras  

Gênesis 12:1-7  

Gênesis 18:1-15
Gênesis 37: 1-36
Êxodo 2:1-25