Ao Jesus revelar-nos sua história, não há como não nossentirmos atraídos por ele. Esta semana, temos o privilégio de contemplá-lo como alguém que chama companheiros para servir com ele. Se nós, no passado, víamos os chamados de Deus como obrigações sobre as quais poderíamos ser ambivalentes, agora isso não ocorre. Neste retiro, a nossa atração por Jesus e o seu modo de responder ao chamado de Deus, leva-nos a crescer. Um desejo profundo atrai-nos para Jesus.
Esta semana, as leituras das Escrituras dão-nos textos de vários chamados que os autores dos Evangelhos nos apresentam. Ao longo da semana, deixemo-las entrar e sair da nossa consciência. Orar e imaginar qualquer uma das cenas enriquecerá a semana. Podemos participar para ouvirmos, vermos e entrar no drama do chamado e resposta.
O verdadeiro poder desta semana está na nossa habilidade de nos tornarmos ardentemente fieis, dia após dia. Jesus está sempre conosco. Ao acordar, preparo-me para o dia, vou para o meu trabalho, interajo com as pessoas, tenho os meus intervalos, experimento uma série de emoções, cometo erros, luto para ser zeloso, encontro oportunidades para a compaixão, tomo decisões difíceis, alegro-me por amar e ser amado. Volto para dormir e faço uma oração de agradecimento ao Senhor. Durante todo o dia saboreio a realidade de Jesus chamar-me para juntar-me a ele ao dizer “sim”.
Sentimos o poder deste retiro. Ao rezarmos muitas vezes pela graça de conhecê-lo mais intimamente, apaixonar-se por ele e ser levado (a) a seguir o modelo de sua vida transforma de fato as nossas vidas. O amor muda o modo de fazermos escolhas, porque o amor muda o que desejamos. Quanto mais apaixonados (as) por Jesus mais amamos o que ele ama. Estar com ele torna-se um desejo crescente.
Usemos todas as ajudas esta semana. As ajudas práticas ajudar-nos-ão a nomear três graus de estar com Jesus. A nossa caminhada chamar-nos-á a rearranjar as escolhas de nossas vidas para permitir estar cada vez mais com Jesus. Aquele que nos pergunta, “Que procuras?” conhece a nossa resposta e sempre nos convida, dizendo: “Vem, segue-me.” Ajuda Prática para Começarmos Esta Semana
Crescemos nesta imitação. Nosso desejo de estar com Jesus transforma nossas vidas. Não há nenhum desejo de nos afastarmos de Deus. O amor que sentimos em nossos corações bane grande parte dos nossos desejos egoístas. Com os nossos olhos fixos em Jesus, é improvável ceder a pecados graves.
O amor acaba por transformar o nosso coração ainda mais. Com o tempo, assumimos o desejo do outro. Não somente a rebelião egoísta retrocede, mas também, uma variedade de coisas que eu preferia tornar-se menos importante. Antes de meu amor crescer por Jesus e desejar estar com ele na sua missão, eu teria dito --se tivesse oportunidade -- que preferia ser rico a ser pobre, ser louvado a ser desconsiderado, ter uma vida longa a uma vida curta. Nestas opções e em muitas mais, o melhor para mim seria o foco e os critérios da minha escolha. Agora isso muda. Ao crescer o amor, eu quero o que me ajude a estar com Jesus. E, naturalmente, este tipo de amor ilumina nossos espíritos e faz o que poderia ser difícil ou um desafio muito mais fácil. Tornamo-nos mais amáveis e clementes, mais generosos e capazes de nos sacrificarmos, mais corajosos e justos, ao longo do nosso dia-a-dia.
Com o crescer do amor, surge o desejo por uma união cada vez mais profunda. Diz-se que os casais mais velhos que se amaram ao longo do tempo, conseguem prever as necessidades um ao outro. Se um deles está doente, o outro prefere ficar doente e não ver o outro sofrer. Livres dos nossos desejos rebeldes, até dos nossos prévios modos de escolha, o desejo por uma completa união pode crescer. Apaixonados, queremos a experiência do outro. Se a pessoa que eu amo cai na pobreza, sofre ou é rejeitada, eu não mais quero ficar longe como se quisesse afastar-me da experiência. Para mim, torna-se natural ver a pobreza, o sofrimento ou a rejeição como parte do nosso relacionamento. Simplesmente quero estar com a pessoa que eu amo. Quanto mais vejo Jesus dando-se para o que quer que seja, para a maior glória de Deus e serviço aos outros, mais o meu desejo é cair nas mãos de um Deus amável tal qual Jesus fez. Ao ver a pobreza da sua entrega, quero-a, também. Ao vê-lo irreconhecível e purificado de seus desejos, eu quero isso também. E ao vê-lo entregar a sua vida à vontade de Deus, desejo ser um com ele, também. Esta semana, no contexto de contemplarmos Jesus chamando os seus discípulos, desejemos ir com ele na sua missão. Peçamos, imploremos que cresça em nós um grau mais profundo de amor. A atração leva-nos ao desejo de estar com ele e ao desejo de sermos um com ele.
Esta semana recordemos estas reflexões ao
acordarmos cada manhã, em vários lugares ao longo do dia, e agradeçamos, com as
palavras mais ternas, ao final de cada dia. Os nossos corações estão sendo
preparados para a contemplação, nas próximas semanas. Para a Caminhada
Temos considerado os gestos de Jesus, nestes últimos dias. Inácio convida as pessoas que fazem os Exercícios a participarem de tal forma dos acontecimentos da vida de Jesus a ponto de tais eventos quase acontecerem em suas vidas. De tal modo estamos lá que observamos e ouvimos este Deus feito homem ao longo de sua condição humana.
Depois de ser tentado pelo Demônio, Jesus caminha ao longo da costa e chama dois grupos de pescadores. Ele era tão atraente que e os pescadores deixaram o trabalho com o qual se mantinham em troca de uma vida com um novo significado. Jesus veio como luz e, aqui, ilumina os primeiros quatro seguidores. Eles fizeram a escolha inicial para viver na luz.
Como os seus primeiros seguidores descobriram, viver na luz, ficar iluminado, pode ser brilhante demais, e então, às vezes, eles escapavam para a sombra da dúvida, resistência e preocupação pessoal. A resposta de Jesus foi sempre um convite encorajador para retornarem e converterem-se. Por causa de suas instruções e cuidados com os seus seguidores, Jesus deu-lhes informações sobre quem ele era e quem eles eram. A informação leva-os à conversão e, por fim, à aceitação da pessoa que os respeitava a ponto de deixá-los vaguear.
Jesus, por sinais e gestos, mostrou que o seu modo de agir merecia ser seguido. Nesta semana e algumas mais, somos convidados a ver estes gestos de Jesus de tal maneira que possamos considerá-los a nossa própria reforma e conformação a seus caminhos. Ele não nos chama lá da frente, ou do alto, mas, na verdade, do nosso lado e lá de trás. Ele reverencia a nossa liberdade de tal modo que nos permite tomar este ou aquele caminho. Observa e segue. Assim, aqui está o Jesus que nós observamos para seguir. E então ele aceita as nossas escolhas e, amorosamente, por certos gestos dá provas da sua fidelidade.
A nossa prece esta semana centra-se na
consciência de suas ações na vida das pessoas que foram chamadas cedo durante a
vida pública de Jesus. Já vimos bastante dos seus meios para sermos atraídos a
fazer algumas mudanças em nossas vidas? Em relação aos primeiros seguidores, nós
não seremos perfeitos ao ficar no brilho da luz dos seus ensinamentos.
Movermo-nos para a luz e sairmos de lá é como nós o seguimos e a razão pela
qual ele nos segue com reverência e compaixão. As maiores mudanças na vida das
pessoas são o resultado de terem encontrado, em profundidade, outros seres
humanos que as influenciaram e impressionaram. A prece esta semana é a resposta
aos gestos de Deus que quer nos influenciar e impressionar mesmo respeitando a
nossa livre escolha. Há uma escolha brotando na nossa prece esta semana?
Com estas palavras ou similares
Chamas-me. Sinto tão profundamente como me amas e desejas que eu esteja contigo nesta jornada. Com que sentimentos de amor e companheirismo chamas os teus discípulos! Tu os preparas para mandá-los pelo mundo afora para curar e espalhar a tua mensagem.
Ao ler como chamaste os pescadores lá na praia, ouço-te, também. Quero ir contigo. Sigo-te praia abaixo e tu paras e voltas-te com tal gentileza para olhares para mim com tanto amor! “Que queres?”, perguntas-me.
De pé na praia, descalço, tento dizer o que me vai no coração. Quero ir contigo onde fores. Quero fazer escolhas na minha vida que me levem para mais perto de ti e façam a minha vida parecida com a tua. Quero pegar tua mão e andar contigo. Entrar em cidades, mercados, até em lugares que me assustam.
Sinto o teu chamado de um modo tão direto, pessoal e vejo-te amando-me tão profundamente ao tentar adaptar a minha vida à tua vida. Sei que tomo uma decisão para adaptar a minha vida, ver as coisas com os teus olhos, fazer escolhas de modo diferente. Vejo-te olhar-me com amor quando eu faço estas mudanças.
Meu querido e adorável amigo: Obrigada (a) por teres me chamado para estar tão perto de ti. Obrigado (a) por me quereres contigo. Obrigado (a) por me dares este desejo profundo de estar contigo. Meu amor por ti cresce, semana após semana, ao nos tornarmos melhores e mais queridos amigos, e ao sentir o teu amor por mim. Quero estar contigo de um modo novo e mais profundo. Ensina-me. Permite-me viver cada dia percebendo que tu estás sempre comigo, mesmo ao falhar nos meus desejos. Permite-me sentir que tu, à minha frente, conduzes-me e atrás de mim guias-me.
Fica comigo, meu querido. Deixa-me sentir o
teu amor. Deixa-me dizer-te “sim”. Obrigado (a) por estares tão pertinho de
mim.
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