Guia do Retiro Online – Semana 33
Vamos refletir sobre o amor de Deus por nós e a nossa resposta.
A próxima semana é a última semana de
retiro. Nesta semana nós olhamos para trás para contemplarmos o que recebemos
neste retiro – O próprio amor de Deus. E consideramos a nossa resposta. O nosso
desejo para esta semana é termos uma profunda percepção das graças que
recebemos e, assim, sentindo profunda gratidão, somos levados a servir a Deus,
em todas as coisas, no dia a dia da nossa vida.
Duas certezas guiam nossas reflexões:
O amor expressa-se mais em atos do que em meras palavras. O amor é uma entrega de si próprio(a) ao outro.
O amor recíproco cresce. Os amantes doam-se um ao outro, e cada dádiva profunda leva a uma resposta mais profunda.
Esta semana recordemos todos os “presentes” de amor que recebemos durante este retiro. Lembremo-nos de todas as graças de Deus que eram “presentes” de si mesmo. Queremos crescer em gratidão pelo amor de Deus por nós, especialmente pelo “presente” de Jesus para nós e por temos sido abençoados para conhecer, amar e servir com Jesus.
Esta semana, queremos abrir os nossos corações ao mais intenso amor de Deus que possamos imaginar. Usando imagens como os raios do sol ou o poder constante de uma cascata, consideremos como a presença de Deus que nos dá a vida e o amor que fluem na criação e através da criação.
Usemos os recursos, esta semana, para fazermos uma minuciosa apreciação destes exercícios.
A cada nível de gratidão, queremos expressar o nosso amor. A nossa resposta e a nossa doação em amor, é o que sela e fortalece os laços de amor entre nós e Deus. Cresceremos no sentido de que tudo que nós temos é graça. Crescemos em liberdade, entreguemo-nos em amor cada vez mais.
A semana toda, com gratidão crescente e afeição cada vez mais profunda, oferecer-me-ei desta forma:
Tomai
Senhor, e recebei
Toda
minha liberdade,
A
minha memória também.
O meu
entendimento
E
toda minha vontade.
Tudo
que tenho e possuo,
Vós
me destes com amor.
Todos
os dons que me destes,
Com
gratidão vos devolvo:
Disponde
deles, Senhor,
Segundo
vossa vontade.
Dai-me
somente
O
vosso amor, vossa graça.
Isto
me basta,
Nada
mais quero pedir.
A contemplação do amor de Deus por nós e a nossa resposta pode ser feita em vários períodos de prece e como backgound ao longo da semana.
A Considerar: Durante todos estes meses, consideramos o nosso relacionamento com Deus. Agora recolhemos tudo para entendermos e apreciarmos tudo que Deus tem nos dado neste retiro, em nossas vidas e o que Deus continua a dar-nos.
· As benções da criação, redenção e as graças especiais que recebi. · Deus habitando em cada parte da criação, especialmente em mim. · Como Deus trabalha para mim em toda a criação, dando e sustentando a vida. · Como todas as benções e graças descem – como a luz do sol e a água fluindo da fonte.
E nós vamos considerar a nossa resposta.
A Graça Que Nós Pedimos: Nosso desejo para esta semana é ficarmos cada vez mais conscientes das dádivas que temos recebido e, assim, repletos de gratidão seremos levados a amar e servir a Deus, em todas as coisas, na nossa vida cotidiana. A prece para esta semana ajuda-nos a pedir por esta graça.
Contemplação na Nossa Vida Diária É muito importante tentar focar a nossa atenção, esta semana, na gratidão pelo amor de Deus. As duas convicções sobre o amor do nosso guia são críticas: o amor consiste mais em atos do que em palavras, e o amor envolve a troca de “presentes” entre os amantes. Ajudaria muito reservar alguns momentos de prece usando esta ajuda simples:
· Comecemos por sentir a presença de Deus. · Peçamos pela graça que desejamos – um sentimento íntimo do amor de Deus por mim. · Pensemos sobre o amor de Deus: o que Deus tem feito por mim? como Deus me ampara? o que Deus me oferece? · Falemos, de amante para amante, com palavras, sentimentos de gratidão. · Escrevamos o que desejamos lembrar.
Não temos aqui apenas reflexões intelectuais. Pedimos para ter intimidade e o nosso objetivo é que a nossa memória e a nossa conta dos “presentes” de Deus encher-nos-á de profunda e comovente gratidão e levem nossos corações a uma resposta de amor e serviço.
Este exercício final do retiro é modelado na reflexão final dos Exercícios Espirituais. Há uma ironia aqui. Embora seja o exercício final, a elaboração dos exercícios nunca acaba. Deus não nos manda um certificado proclamando, “Terminaste com sucesso o curso.” Paulo escreveu que ele não tinha chegado ao fim da linha, mas esforçou-se. Por isso nós acabamos o nosso começo e continuamos sendo criados e recriados pelo amor de Deus. Para Inácio, dois pontos eram muito importantes durante estes últimos exercícios: o amor consiste mais em ações do que em palavras, e amar é a ação mútua de dar ao outro tudo que temos. No primeiro “Para a Caminhada” somos encorajados a não procurar o progresso ou a falta dele durantes as nossas caminhadas. Pelo contrário, somos encorajados a observar o Amor em ação, manifestando-o em atos e na maneira de usarmos todas as dádivas de graça e vida que nos foram oferecidas.
Esta semana rezamos com a receptividade de crianças que sentem o quão profundamente são amadas. Inácio escreveu os Exercícios para serem muito pessoais. Então, vamos do geral para o muito particular. Há crianças na nossa cultura que depois de terem aberto todos os presentes de Natal podem sentir-se assim “É só isto que há?” Pode ser que após avaliarem os presentes de seus irmãos ou irmãs, sintam-se enganados ou menos amados. Isto é muito humano e compreensível.
Ponhamo-nos no lugar da criança que recebeu presentes de Natal e depois de ver os seus presentes e os dos outros, olha para os pais e parentes e pensa, “Por que eles são tão bons e me amam tanto?” É com este espírito de gratidão que Inácio me pede para lhe dar uma resposta de amor, livremente, “Tudo que tenho, tu me deste. O que posso dar-te de volta é tudo o que tenho e uso, possessiva e egoisticamente. Peço-te somente que me abençoes e me concedas a graça de um futuro em tua companhia. Isso será o bastante para mim e um começo para Ti.”
Caminho por um mundo de graças que criastes. Árvores, flores, pássaros de todos os tamanhos e espécies, incrivelmente diversos, e todos estes presentes tu me deste.
Olho a lua, as estrelas, maravilho-me com as mudanças do tempo quando o sol se move para trás e para a frente, mantendo este mundo nas temperaturas adequadas para a vida e o crescimento. Tudo isto Deus me entrega. Retorno ao quebra-cabeça infantil e devaneio, Deus sempre me deu tanto! Deus trabalha para me atrair, mas não me força para ver o dedo, a mão, o braço e a si mesmo, criando-me a mim e tudo mais o que existe, para mim também. Este exercício torna-me mais consciente de que tudo é graça e ao mesmo tempo um convite. Eu tanto recebo quanto respondo. Consciente de que Deus está em tudo o que existe e tudo e que existe está em Deus, como posso deixar de cantar, olhar e ouvir, de partilhar e querer saber o que me é oferecido, em todos os momentos da minha vida? O rio do amor de Deus continua a fluir esteja eu atento ou não para seus presentes e presença. Quero ser mais disponível para o Doador de Amor que trabalha e faz coisas na minha vida para me reduzir à criança de Deus em devaneios que eu sou. A “criança de Deus” é um ser humano amadurecido que sabe o que as coisas são, de onde vieram e onde a levam. Todas as coisas que vêm de Deus voltam para Deus, e eu também.
Terminamos este retiro para vivermos de uma
de maneira em que, constantemente, recuperamos a visão e a sensibilidade da
bondade de Deus assim como a bondade deste ser enviado pelo amor de Deus que
sou eu. Queridíssimo amigo Jesus, O meu coração está saciado. Sinto-me amado, honrado, agraciado, imperfeito, mas amado da cabeça aos pés, novamente. Estou maravilhado pelo amor que tu sentes por mim e pelo amor que eu sinto por ti. Sim, estou consciente das minhas fraquezas e como, à vezes, impedem-me de sentir o amor que tu derramas sobre mim, a todo o momento. Mas agora mesmo, eu também sinto o teu profundo amor e cuidado por mim, especialmente lá, naquelas partes de mim que eu quero esconder na escuridão. O teu amor arranca-as de lá para a luz do teu calor e, de repente, estou livre delas.
Agora, depois de todos estes meses a conversar contigo, amando-te e aceitando o teu amor de um modo totalmente novo, compreendo que tu sempre, sempre estarás comigo, até nas minhas fraquezas ou, especialmente, nas minhas fraquezas.
E as dádivas? Foram tantas ao longo da minha vida... Sinto tão profundamente o teu amor por mim. Vejo as muitas formas de me amares todos os dias, no mundo ao meu redor, nas muitas pessoas que pões na minha vida para me amarem todos os dias.
As palavras da Escritura retornam para mim a todo o momento quando eu reflito sobre o enigma: Que espécie de retorno ao ofereço ao Senhor por tudo que ele me deu? Diz-me, Jesus. Como é possível mostrar-te o quanto te amo e agradecer-te por tudo que me deste? Quero dar-te tudo que eu tenho.
Quero agradecer as tuas dádivas do mais profundo do meu ser e cada vez que penso sobre as muitas formas de tu me amares e presenteares, eu sei que quero dar-te tudo que tenho.
Jesus, tens-me dado tanto! Exatamente como diz a oração: minha mente, minha liberdade, memória, entendimento, toda a minha vontade e o meu ser. Tudo que sou nesta vida, tu me deste. O que posso fazer para agradecer esses presentes? Por favor, meu amigo, é possível dar-te todos esses presentes de volta e pedir-te para usá-los, neste mundo, para o teu mundo, da maneira que tu quiseres? Quero ficar, suficientemente, livre para te oferecer a minha vida. Que gostarias de fazer com ela? Como posso usar a minha vida para servir-te neste mundo e amar os outros como tu gostarias?
Com grande alegria espero pelas semanas e meses porvir, querido Jesus, de maneira que juntos, ao continuarmos a conversar, eu descubra as respostas para estas questões.
Agradeço-te pela minha vida. Agradeço-te com a minha vida.
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